No século XVIII uma menina nascida no interior da França, desde pequena manifestou seu talento para a pintura. Morando em Paris, aprimorou suas técnicas e a influência do marido contribuiu para ser conhecida, chegando até a se tornar a retratista oficial de Maria Antonieta. Mas um retrato causou muita polêmica na Corte quando foi exibido na exposição anual de Paris. Estamos falando de Elisabeth Vigée le Brun; e é sobre sua trajetória e o quadro polêmico o tema do nosso artigo. Fica por aqui e conheça esta história.
*Conteúdo produzido por humano
![]() |
| Elisabeth Vigée Le Brun | Autorretrato - 1782 |
A ORIGEM DE LE BRUN
Nascida em Paris em 16 de abril de 1755, era filha
do pintor e retratista, Louis Vigée, com quem tomou as primeiras aulas de
pintura; sua mãe Jeanne Maissin era cabeleireira e ficou viúva quando Elisabeth
tinha 12 anos. Depois que se casou com um rico joalheiro Jacques-François Le
Sèvre, a família mudou-se pouco depois para a Rue Saint-Honoré, perto do Palais
Royal em Paris.
O talento já era reconhecido desde os seus
primeiros trabalhos, pintando retratos de amigos e familiares. Entre eles
estava o marchand Jean-Baptiste Pierre Le Brun, um pintor, colecionador e
negociante de arte francês e sobrinho-bisneto de Charles Le Brun, pintor
oficial de Luís XIV; Elisabeth casou-se com ele em 1776.
Após anos aprimorando sua arte nos ateliês de
Blaise Bocquet, Pierre Davesne e Gabriel Briard, Élisabeth Vigée Le Brun sua técnica de pintura e foi comparada aos mais habilidosos artistas da sua época.
Com uma técnica altamente sofisticada, aliada ao sucesso do irmão escritor e os
relacionamentos do marido, ela conquistou rapidamente uma clientela exclusiva e
viu sua reputação crescer cada vez mais.
A RETRATISTA DE MARIA ANTONIETA
Em 1774, Elisabeth le Brun tornou-se membro da Académie de Saint-Luc, uma guilda de mestres pintores e escultores sediada em Paris. Quatro anos depois foi nomeada artista oficial de Maria Antonieta, que se tornaria sua patrona e confidente. A influência da rainha contribuiu para sua admissão na Academia Real de Pintura e Escultura em 1783.
![]() |
| Maria Antonieta |
Os retratos de Maria Antonieta com trajes mais simples aparecendo com os filhos, ajudaram a melhorar a má propaganda que se fazia a seu respeito e ganhar a simpatia do público.
![]() |
| Maria Antonieta com filhos |
O RETRATO POLÊMICO
Em 1783, na exposição anual de Paris, Elisabeth Le
Brun exibiu um retrato da rainha em traje informal, o que provocou reações
indignadas na Corte, por estar vestida com uma espécie de camisola que era
usada por baixo do vestido e feita com musseline de origem britânica. Bem
diferente dos trajes luxuosos dos nobres e aristocratas que apareciam em
retratos. Mas isto não abalou sua reputação; o quadro foi retirado da exposição
e no ano seguinte voltou a ser exibido, desta vez mostrava Maria Antonieta
ostentando o luxo da corte.
![]() |
| Maria Antonieta - 1783 |
![]() |
| Maria Antonieta - 1784 |
O EXÍLIO
Dependente do patrocínio da família real, que
elevou seu status social e profissional, foi forçada a deixar Paris com a filha
em 1789, nos primeiros momentos da Revolução Francesa, que decretou a prisão de
Luís XVI e Maria Antonieta. Ela seguiu para a Itália, depois morou na Áustria e
em seguida na Rússia, e graças à sua reputação e convivência com famílias
reais, conquistou nova clientela.
Seu talento foi reconhecido e os aplausos das
academias de Roma, Bolonha, Parma, Florença e São Petersburgo, deram
continuidade a sua carreira, cobrando preços elevados por seus retratos
mantendo seu estilo de vida de alto padrão.
![]() |
| Duquesa de Berry |
![]() |
1797- Último rei da Polônia, Stanisław August
Poniatowski |
De volta a Paris em 1802, Le Brun voltou a ter
contatos importantes do seu círculo social anterior a Revolução. No começo do
século XIX a elite europeia ainda se interessava por seu trabalho; ela visitou a
Inglaterra no começo do século XIX e retratou vários membros notáveis da
sociedade e da aristocracia, incluindo Lord Byron.
Faleceu em 30 de março de 1842 em Paris deixando
um importante legado para pesquisas sobre as mudanças da moda naquele período,
através da perfeição e riqueza de detalhes encontrados nos retratos.
![]() |
| Elisabeth Vigée Le Brun. Autorretrato |


.jpg)

.jpg)



