BELLE ÉPOQUE e ERA VITORIANA: A moda nas telas de James Tissot

15.10.25 |

 


Antes da invenção da fotografia, os retratos eram pintados por artistas contratados que, com suas técnicas e habilidades, eternizavam a imagem da aristocracia e de burgueses ricos. Mas um se tornou conhecido em meados do séc. XIX por retratar cenas do cotidiano, personagens anônimos e a moda feminina da Belle Époque e da Inglaterra Vitoriana. Estamos falando de James Tissot, que dividiu sua vida entre Paris e Londres, deixando este legado para quem estuda moda. Vamos falar sobre ele neste artigo. Vamos lá?


*Conteúdo escrito por humano


Jacques Joseph Tissot nasceu em Nantes, França em 1836 A família tinha negócios no ramo de tecidos e cortinas e a mãe era chapeleira. Já matriculado na escola como "James" escolheu seguir a carreira de pintor e partiu para Paris em 1855 onde estudou na "École de Beaux –Arts". 

 

Em 1850, Tissot expôs no Salão de Paris. Seus trabalhos atraíram a atenção, mas recebeu duras críticas, por seu estilo ser considerado arcaico. Depois de alguns anos, ele criou um estilo original, repleto de cores contrastantes, e muitos detalhes, que aos poucos se transformariam em um gênero moderno com o qual ganharia notoriedade. A arte de Tissot se concentrava na observação dos costumes e das modas das pessoas ricas de Paris, com isto cativou as classes altas, a classe média alta e os dândis aristocráticos que se tornaram seus clientes.


Tissot- "Two Sisters"-1863


Tissot- "The Confidence" - 1867

Após servir no exército durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870, Tissot deixou a França em 1871 onde passou os 11 anos seguintes trabalhando em Londres, relançando sua carreira. Já era conhecido por lá por ter mostrado seus trabalhos em duas exposições em 1862 e 1864. Foi contratado para pintar figuras importantes da Inglaterra. Neste período conheceu sua companheira e musa, Kathleen Newton, que inspirou muitas de suas pinturas.


Tissot- "Mrs Newton" - 1879

No período em que viveu em Londres a vida na costa do rio Tâmisa serviu de inspiração para obras que impressionaram os críticos de arte britânicos. Mas com a sua habilidade para detalhar os guarda-roupas exigentes dos ricos, Tissot misturava tendências da moda atual com suas próprias ideias, criando modelos únicos. A obra " L'Ambitiouse" datada de 1883-1885 mostra bem suas "criações": o vestido tem camadas de babados plissados, típicos da época, mas o uso de anquinhas grandes e salientes já estavam na moda, diferente do vestido da mulher.


Tissot- "The Ambitious" - 1883-1885

Um modelo semelhante aparece na obra "Noite" de 1878 com algumas variações. É um  vestido justo estilo princesa, com muitas pregas e detalhes bordados em branco, que realçam suas curvas.


Tissot- "Noite" - 1878

As obras de Tissot mostram que ele tinha uma preferência por amarelo e branco, cores que aparecem com frequência. Os babados e laços eram retratados com uma perfeição única. Detalhes dos leques, chapéus, luvas, e as texturas dos vários tipos de tecido em uma só peça, impressionam pela técnica apurada.


Nesta obra, "O Retrato de Miss Lloyd" também chamada de "Verão" datada de 1876, a mulher aparece usando um vestido branco de verão, feito de musselina transparente com laços amarelo-limão, e na saia vários babados franzidos.


Tissot- "O Retrato de Miss Lloyd" - 1876

Uma curiosidade na obra de Tissot, é a repetição do mesmo modelo de vestido. Na obra "Primavera" de 1878, o mesmo modelo é retratado e também aparece na obra "Beira Mar" "Seaside" do mesmo ano. E em "A Galeria do HMS Calcutta (Portsmouth)", Tissot  apresenta o mesmo vestido de musselina, também exibido em 1877. 


Tissot- "Primavera" - 1878

Tissot- "Seaside" - 1878

Tissot "A Galeria do HMS Calcutá" - 1877

Após a morte da companheira em 1882, Tissot teve uma visão religiosa na Igreja de São Sulpício , o que o levou a reavivar sua fé católica e passar o resto de sua vida fazendo pinturas sobre eventos bíblicos, com a mesma riqueza de detalhes depois de sua passagem pelo Oriente Médio. Tissot morreu em Doubs, França, em 8 de agosto de 1902, enquanto vivia no Château de Buillon, uma antiga abadia que ele herdou de seu pai em 1888. Seu túmulo está na capela situada dentro do terreno do castelo.


Com as fotografias ainda em preto e branco que registram o período, o legado de James Tissot para os estudiosos da moda, além de ser um panorama dos costumes e dos estilos, trazem as cores usados na Belle Époque e na Era Vitoriana Inglesa.  Mesmo com suas interpretações próprias, podemos observar a riqueza de detalhes dos vestidos e dos adornos retratados. Aqui você confere outras obras de Tissot, repletas de informações sobre moda.


E por hoje é isso.

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